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LOST RECORDS: o sucessor espiritual de LIFE IS STRANGE?

Antes de qualquer coisa, eu tenho uma sugestão: que tal você apertar o play aí embaixo?

A DON’T NOD já se consolidou como um dos grandes estúdios no gênero de aventuras narrativas, entregando experiências emocionantes e reflexivas em jogos como Life is Strange (1 e 2), Captain Spirit e Tell Me Why.

Com Lost Records: Bloom & Rage, a desenvolvedora mais uma vez mergulha nos temas da memória, amizade e segredos do passado, trazendo uma nova história envolvente tanto para os fãs do gênero quanto para os viúvos de Life is Strange 💛. Principalmente pra mim, que não considero canônicas a prequel de LiS e a sequência desenvolvidas pelo estúdio Deck Nine (explico os porquês aqui).

O jogo está disponível pra PlayStation 5, Xbox Series X/S e PC. Dividido em duas partes, a primeira, “Fita 1: Bloom”, foi lançada em 18 de fevereiro de 2025, enquanto a segunda, “Fita 2: Rage”, está programada para 15 de abril de 2025. Para os assinantes do PlayStation Plus Extra e Premium, dá pra baixar DE GRAÇA!

 

Uma história sobre laços e mistérios

A trama de Lost Records: Bloom & Rage acompanha um grupo de quatro amigas – Swann, Nora, Autumn e Kat – que compartilharam um verão inesquecível em 1995. O jogo alterna entre os eventos do passado e do presente, onde elas se reencontram anos depois para revisitar essa fase da vida e enfrentar um mistério/segredo que as separou.

O desenvolvimento dos personagens é um dos pontos altos aqui. Cada uma das adolescentes tem uma personalidade distinta e suas interações são marcadas por muita conversa, risadas, cumplicidade, autodescobertas e parceria.

Swann (a única personagem jogável até o momento) é introspectiva e insegura, Nora é impulsiva e enérgica, Autumn é a mais racional do grupo, enquanto Kat tem uma atitude mais irreverente. A forma como o jogo constrói a amizade entre elas, tanto nos momentos leves quanto nos mais tensos, é muito gostosa de acompanhar. E a história em si é estruturada para manter um ritmo envolvente, revelando aos poucos os mistérios daquele verão.

Jogabilidade e mecânicas

O jogo mantém a estrutura clássica das aventuras narrativas da DON’T NOD, com uma jogabilidade baseada em exploração, diálogos interativos e decisões que afetam o desenrolar da história. Mas, diferentemente dos dois Life is Strange, Lost Records não trabalha nenhum tipo de “poder especial” como os dos personagens Max e Daniel (viagem no tempo e telecinesia).

A mecânica de escolhas é um dos aspectos mais importantes do jogo. Pequenos detalhes nos diálogos podem influenciar a dinâmica entre as personagens, mudando o tom de certas conversas, abrindo diálogos extras (ou sequer abrindo) e impactando a relação entre elas. Além disso, há momentos em que o jogador precisa tomar decisões críticas que têm o potencial de alterar o desfecho da história.

Outro ponto interessante é a exploração de cenários. Durante os segmentos no passado, a gente pode interagir com objetos que trazem mais contexto sobre a vida das protagonistas, reforçando a sensação de nostalgia. Já no presente, a ambientação é mais melancólica, refletindo o distanciamento e as mudanças que o tempo trouxe.

O visual e a trilha sonora de Lost Records

A identidade visual de Lost Records mantém a estética cinematográfica característica da DON’T NOD, mas com um toque muito, muito mais refinado.

Quem leu meu texto sobre o primeiro Life is Strange sabe que dei uma zoada no gráfico meio The Sims, chamando o cabelo da Max de “peruca tesa”. Não que a gente precise de um gráfico atual pra jogar LiS porque, definitivamente, não é o caso. Mas é impossível não apontar como o visual evoluiu pra Lost Records.

Se, antes, os olhos dos personagens eram meio “vidrados” e pouco naturais, aqui, são mais detalhados e vívidos, permitindo uma gama mais ampla de expressões faciais e emoções sutis. A animação e os detalhes também estão mais realistas do que nunca, elevando o nível da imersão. Além disso, o sistema de captura de movimento ajuda a tornar as interações mais naturais e emotivas.

Sobre os cenários, são riquíssimos (o que já era marca registrada de LiS): extremamente detalhados, estão repletos de referências à década de 1990, desde pôsteres e fitas cassete até roupas e objetos característicos da época. A iluminação e os enquadramentos são utilizados de forma magistral para evocar sentimentos específicos, tornando cada cena ainda mais imersiva!

No entanto, há pequenos bugs ocasionais, como problemas com sincronização labial em algumas cenas e leves quedas de taxa de quadros em momentos de transição entre passado e presente. Apesar disso, nada compromete a experiência geral do jogo. A dublagem e as legendas são bem feitas, garantindo acessibilidade pra diferentes públicos 💛.

A trilha sonora também é um dos pontos altos do game, como não poderia deixar de ser. A seleção musical inclui faixas que remetem diretamente ao espírito da época, além de uma trilha original que se encaixa perfeitamente na atmosfera, reforçando ora momentos de introspecção, ora do senso de liberdade e juventude que só adolescentes que acham que tudo é eterno podem evocar.

A música principal (cuja prévia coloquei no começo do texto) é interpretada por Ruth Radelet, ex-vocalista da banda Chromatics, em colaboração com Nat Walker e Adam Miller.

Modo Fotos e a mecânica de vídeo

O modo fotografia de Lost Records: Bloom & Rage é uma funcionalidade que permite à gente registrar e personalizar momentos marcantes do game.

Com uma câmera livre, é possível ajustar o campo de visão (FoV) e a profundidade de campo (DoF), além de inclinar a câmera em até 90 graus pra conseguir ângulos únicos. O modo também oferece uma variedade de filtros e opções de edição, pra gente vestir a skin de fotógrafo e usar como quiser.

Pra acessar o modo fotografia, basta pausar o jogo e selecionar a opção correspondente no menu. Após capturar a imagem, ela é salva automaticamente na galeria de mídia do console ou na pasta designada no PC.

Em Lost Records: Bloom & Rage, a filmadora da Swann é uma ferramenta central que enriquece a nossa experiência. Tipo a máquina fotográfica da Max, só que bem mais complexa (ou bem menos engessada, eu diria).

Captura e edição de momentos

Durante a exploração, o jogador pode utilizar a filmadora pra registrar cenas importantes, interações entre personagens e eventos-chave. Essas gravações não apenas documentam a jornada, mas também podem influenciar o desenrolar da narrativa, oferecendo perspectivas adicionais sobre a história.

Depois de capturar os vídeos, é possível editá-los, selecionando os melhores trechos e organizando-os na sequência que você preferir. Essa funcionalidade nos permite criar uma espécie de “documentário” personalizado da aventura, refletindo nossas escolhas e experiências!

A filmadora também incentiva uma exploração minuciosa dos ambientes, pois alguns colecionáveis estão ocultos ou requerem ângulos específicos pra serem descobertos. É uma mecânica que adiciona mais uma camada de desafio e recompensa para os jogadores atentos.

 

Rebobinando a Fita 1: Bloom

⚠️ Atenção: o texto deste tópico traz spoilers de Lost Records: Bloom & Rage – Fita 1. Se você ainda não jogou e prefere evitar revelações sobre a trama, pare agora meixmo.

Aqui, vou falar com mais detalhes sobre o enredo da Fita 1 do game, até entrarmos nos campos de algumas simbologias e referências a Life is Strange.

Como já comentei, a história de Lost Records alterna entre dois períodos: o verão de 1995 e o outono de 2022. Em 1995, acompanhamos Swann Holloway, uma adolescente de 16 anos apaixonada por filmagem e cinema, que está prestes a se mudar de Velvet Cove, Michigan, pra Vancouver. Antes da mudança, Swann conhece Nora, Autumn e Kat, formando um grupo inseparável que decide criar a banda punk “Bloom & Rage”.

Durante suas aventuras, elas descobrem uma cabana antiga e abandonada na floresta, que se torna seu refúgio e local de ensaio.

Em uma das suas explorações, as garotas encontram um misterioso abismo que emite uma luz roxa, no mesmo local onde, dias antes, elas selaram um pacto de sangue de que iriam se vingar do personagem Corey, namorado da irmã da Kat — um babaca que curte tirar sarro de gente fora do padrão.

O grupo acredita que o abismo pode conceder desejos se elas lançarem algum objeto dentro dele, como uma espécie de troca.

Aquilo® é sobrenatural ou apenas simbologia?

Assim que o abismo brilhante foi introduzido na história, interpretei como uma metáfora direta para o conceito de “bloom” no subtítulo do jogo. Um catalisador psicológico.

O termo bloom remete ao ato de florescer, crescer e ganhar confiança, e é exatamente isso que acontece com as personagens após o momento em que fazem seus pedidos ao abismo. Afinal, no dia seguinte a esse acontecimento, Swann, Kat, Autumn e Nora, em um confronto com Corey, demonstram uma atitude muito mais confiante e ousada do que na interação anterior do começo do jogo, como se o abismo tivesse ativado algo dentro delas.

Isso pode ser explicado como um “efeito placebo emocional”, no qual a crença de que algo poderoso aconteceu faz com que elas ajam de maneira diferente, mais seguras, mais determinadas (como elas sempre quiseram ser).

Portanto, uma das questões que a Fita 1 nos deixa fica aberta na história: o abismo tem poderes reais ou apenas simboliza o desejo humano por transformação? Ele pode ser visto como uma representação física das esperanças e inseguranças das personagens, algo que reflete o que elas já tinham dentro de si, mas precisavam de um “empurrão” pra acreditar?

Essas reflexões levantam um ponto interessante para a Fita 2: o que pode acontecer quando essa crença é desafiada? Se o Bloom foi um crescimento emocional positivo, o Rage pode ser o momento em que as inseguranças retornam e os traumas não resolvidos vêm à tona.

(Eu apostaria que, enquanto a Fita 1 é sobre as boas memórias, a Fita 2… nem tanto)

Porém, ainda que o abismo possa ser uma metáfora para o coming of age das meninas, ele existe fisicamente. Está lá. O que implica que o sobrenatural também existe, a menos que todas as meninas estejam alucinando — e não acho que seja o caso.

Duas coisas que mais corroboram isso pra mim:

1) Quando precisamos descobrir o segredo do cadeado da cabana, nos orientamos por um bilhete pregado numa das pilastra, cujo primeiro passo é apontar a luz da câmera pra porta. Ora, se a cabana pertenceu a alguém há uns dois séculos e as garotas nunca estiveram lá antes, como é que, quem quer que tenha escrito o bilhete, sabia que a próxima pessoa a entrar lá teria uma câmera (a Swann)? Em várias ocasiões, inclusive, nossa protagonista comenta que tem a sensação de já ter visitado aquele lugar e aquelas trilhas…

2) Em algumas cenas, é possível perceber umas silhuetas no cenário. Como prints de pessoas que já passaram pelo local? O grupo de amigas com certa frequência diz sentir estar sendo observado. Seriam essas silhuetas versões delas mesmas em outra linha do tempo, uma outra realidade?

Não sei no que isso tudo vai dar, mas me fez, por motivos óbvios, lembrar de Life is Strange.

As referências a Life is Strange

Não é por causa desse possível subtema de realidades paralelas ou coisa do gênero que eu me referi a Lost Records como o “sucessor espiritual” de Life is Strange.

Assim como meu game do coração, Lost Records coloca o jogador no centro de uma história emocionalmente carregada, onde as escolhas moldam as relações entre os personagens. Ambos os jogos exploram a juventude, amizades intensas e eventos que mudam vidas, com uma abordagem sensível e cheia de sentimentos 💛. O uso de uma trilha sonora marcante e uma direção de arte cinematográfica também remetem diretamente à assinatura da DON’T NOD em Life is Strange.

Sem contar que Lost Records foi dirigido por Michel Koch e criado por ele e Luc Baghadoust, que também criaram e dirigiram LiS — o que reforça a similaridade no tom e na execução.

Pra mim, é esse conjunto de coisas que resume o que é a (ex) franquia.

Mas tem outra marca do jogo que fez muito sucesso entre o público e a DON’T NOD, que não é boba nem nada, quis retratar em Lost Records com a mesma sensibilidade e carinho com que tratou nos dois Life is Strange (e em Tell me Why): a representatividade LGBTQIA+. Um reforço de que o estúdio não trata a inclusão como um recurso pontual ou pura estratégia de marketing, mas sim como parte do seu DNA narrativo.

Diferente de outras histórias que abordam a diversidade como um artifício superficial, a DON’T NOD tende a escrever personagens LGBT+ com respeito e organicidade. E o legal é que, em Lost Records, a sexualidade das personagens faz parte de suas vidas, mas não define suas personalidades ou os desafios centrais da trama. A gente acompanha, junto com elas, as maneiras de lidar e absorver sentimentos que vão além da amizade de forma muito autêntica e natural, a depender das escolhas que fazemos na pele da Swann.

Sim, não é difícil imaginar que, mesmo diante disso tudo, a DON’T NOD esteja claramente tentando construir uma nova identidade com Lost Records. Mas continua com um declarado orgulho do legado de Life is Strange e, por isso, não perdeu oportunidade de inserir easter eggs pra que a gente, assim como o time do estúdio, sentisse um mesmo calorzinho no coração ao encontrá-los.

 

O Patinho Feio e quebras de expectativa

Pra finalizar (juro que estou terminando), queria falar um pouco mais sobre algumas personagens.

Tanto a Swann quanto a Max (de Lis) são protagonistas com alto potencial de conquistar o público por causa de sua… vulnerabilidade. Afinal, a forma como elas refletem emoções e inseguranças reais permite que os jogadores se identifiquem e criem laços com suas jornadas. Quantos de nós já não nos sentimos deslocados ou incertos sobre nossas próprias capacidades, principalmente durante a adolescência?

Ainda que a minha conexão com a Max tenha sido muito mais rápida e intensa — um carinho que perdura até hoje —, a Swann me despertou uma instantânea empatia (confesso que me identifiquei 1000% na primeiríssima cena de Lost Records).

Fiquei curiosa com o fato de que, quando jogamos em 2022, é no modo primeira pessoa e, em 1995, terceira pessoa. Ou seja, enquanto na fase adolescente nós fazemos nossa gameplay olhando a Swann de costas, na fase adulta, tudo o que vemos dela são suas mãos e um pouco dos braços.

A princípio, achei que era só um recurso pra fazer o jogador se sentir ainda mais na pele da personagem. Mas aí conectei os pontos: a) é claro que a Swann tem sua própria personalidade, mas o jogador molda partes de quem ela vai ser ao longo do game; b) o NOME dela é SWANN! 

Se você nunca teve uma conta no Duolingo, saiba que swan significa cisne, em inglês. O que me remeteu ao conto do Patinho Feio, no qual um rejeitado filhote descobre, ao crescer, que sempre foi um lindo cisne.

Esse é um tema que dialoga muuito com autoestima, crescimento pessoal e transformação, que têm tudo a ver com a nossa protagonista. Assim como Max, Swann começa a história frágil, insegura e deslocada, mas tem tudo para terminá-la com um desabrochar emocional, fechando sua jornada de descoberta da própria força e do próprio valor. Não à toa, sempre que tomamos alguma decisão importante no game, o símbolo de uma plantinha em crescimento surge na tela.

É claro que a evolução do Patinho Feio pro Cisne aqui não é exclusivamente estética, mas talvez tenhamos alguma surpresa nesse sentido também. Se a segunda fita trouxer essa transformação de forma mais evidente, será um belo acerto narrativo da DON’T NOD e, quem sabe, um dos grandes arcos emocionais do jogo.

Falando em arco emocional, a outra personagem sobre a qual quero comentar especificamente é a Kat, a minha favorita entre as quatro garotas.

Assim que eu bati o olho em algumas imagens promocionais de Lost Records, deduzi, pela aparência, que a Nora seria o tipo chatinha rebelde a la Chloe de Lis (Chloe, te amo!!!!!) e, a Kat, uma versão ainda mais pobre coitada da Kate Marsh. Mas eu não poderia estar mais enganada.

A Nora é um amorzinho e, ao contrário do que sua figura sugere, uma completa cagona.

Mas é a Kat que, sem dúvida, se revela uma das personagens mais intrigantes do game. Extrovertida e provocadora, ela é apresentada como alguém de espírito indomável, intensa (embora reservada), com uma presença quase magnética dentro de seus aparentes 1,50 m (rs) e roupas infantis. Parece estar sempre desafiando algo — seja as normas, os adultos ou até mesmo as próprias amigas.

Talvez ela só seja uma adolescente comum que gosta de ser vestir de macacão, blusas coloridas e lingerie de lacinho, mas não creio que isso seja aleatório. Tem uma cena em particular, aliás, quando as meninas a desafiam a tirar uma peça de roupa durante uma rodada de Verdade ou Desafio, que ela parece constrangida não por ter que tirar o sutiã, mas por ele não corresponder ao que uma jovem da idade dela usaria voluntariamente.

(pelo menos foi a minha impressão)

E aí, quando temos a revelação, ao final da fita 1, de que a Kat tem leucemia, é algo que reestruturou completamente a forma como vi sua personalidade, suas atitudes e, claro, seu visual. Lost Records planta pistas sutis sobre sua condição e, quando a verdade vem à tona, tudo se encaixa.

A “rebeldia” da personagem faz muito sentido quando consideramos que Kat está correndo contra o tempo, aproveitando cada momento ao máximo, e que esse comportamento pode ser um mecanismo de defesa pra não demonstrar fraqueza diante das amigas e de si mesma. Seu desejo de fazer parte de uma banda, de tocar em um show, de se aventurar com as garotas — tudo isso ganha um significado mais profundo.

Acho que a Kat quer, a todo custo, manter a normalidade, evitando ser tratada como alguém frágil. Desde o início, deduzimos que seus pais são superprotetores e meio rígidos, o que poderia parecer apenas uma questão de família conservadora, mas na real estavam apenas tentando protegê-la (de uma forma torta), limitando suas atividades e garantindo que ela não se expusesse a “riscos” desnecessários.

Já sobre as vestimentas, interpretei como uma outra forma desses pais preservarem a imagem da menininha deles o quanto fosse possível.

GIF animado

Quando Kat desmaia durante o show da “Bloom & Rage”, é um momento devastador, não só porque interrompe um momento de felicidade do grupo, mas porque a percepção que as amigas têm dela também dá uma guinada de 180 graus. Afinal, ela esteve esse tempo todo escondendo sua doença.

A quebra desse segredo abala as amigas, muito provavelmente sendo um dos motivos que leva ao distanciamento que vemos em 2022.

É possível que o pacto no abismo tenha sido um dos momentos mais importantes pra Kat. Desejar que ela seja levada pra longe dali — ela e as amigas — não é exatamente dar o fora de Velvet Cove, mas viver uma realidade onde ela não tenha câncer e possa ser livre da forma que quiser.

 

Expectativas para a Fita 2 e veredito

Além de todo o mistério envolvendo o abismo, uma grande pergunta a ser respondida é o que aconteceu com Kat depois do verão de 1995.

Ela ainda não apareceu nas cenas de 2022, e o jogo ainda não confirma se ela sobreviveu ou se faleceu devido à leucemia. A forma como Swann, Autumn e Nora lidam com essa ausência também pode ser a chave para entender o verdadeiro impacto do que aconteceu naquela época.

No desfecho da Fita 1 de Lost Records: Bloom & Rage, dá pra ver como as nossas escolhas feitas ao longo da narrativa influenciaram diretamente o nível de conexão entre Swann, Kat, Nora e Autumn.

Mas é importante notar que, embora o game ofereça múltiplas escolhas, as decisões aparentemente não resultam em diferenças significativas na progressão da história em si. Ou seja, o impacto real pode ser limitado, levando a uma experiência narrativa mais linear do que inicialmente esperado. O que pra mim não é problema algum, visto que o primeiro Life is Strange é da mesma maneira.

Em suma, se você é fã de narrativas emocionantes, personagens bem construídos, nostalgia, mistérios e sistema de escolhas, Lost Records: Bloom & Rage é uma experiência obrigatória. A DON’T NOD mais uma vez prova sua habilidade em contar histórias que falam ao coração e que, sem dúvidas, deixará sua marca no público.

Mal posso esperar pela Fita 2!

Nota:

Estrela Estrela Estrela Estrela

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1 Comment

  • Nem IGN, Nem Voxel, nem nada… ISSO sim é uma crítica bem feita, bem estruturada, bem analisada!!! Da pra perceber perfeitamente em cada trecho seu envolvimento não apenas com o jogo mas com a “franquia de narrativa” criada pela Dontnod ate aqui.
    Adorei o que você comentou do Swann X Patinho feio, nunca tinha pensado por esse lado e gostei bastante que você guardou um espaço pra comentar suas expectativas pra fita 2. Mal posso esperar pra ler seu review pra continuação também.
    Mas achei que você daria 5 estrelas no final, foram tantos elogios xD
    Continue mandando ver e seja bem vinda de volta aos textos e blogs!!
    PS: só faltou você falando mal do DeckNazi 😛

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