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18 setembro 2023

11 séries com 100% de aprovação (ou quase) no Rotten Tomatoes

postado por Manu Negri

O Rotten Tomatoes é um site que agrega críticas de filmes e séries, fundado em 1998 e, desde então, se tornou uma das principais fontes de informações sobre a recepção crítica de obras para o cinema e para a TV.

Ele usa vários materiais pra fazer essa compilação, como textos de críticos profissionais, sites especializados, revistas e jornais, categorizando os lançamentos como "Fresh" (fresco) ou "Rotten" (estragado). Se uma porcentagem significativa de críticos der uma avaliação positiva a um filme ou série, ele é rotulado como "Fresh" e recebe um tomate fresco. Se a maioria dos críticos der uma avaliação negativa, ele é rotulado como "Rotten" e recebe um tomate estragado. Então, se algo tem 100% de aprovação, a coisa provavelmente é muito boa. Se tem 50%, bom... talvez nem tanto.

Além disso, o Rotten Tomatoes oferece pontuações médias baseadas na recepção do público, que também pode avaliar as obras no site. 

Confesso que eu mesma sou muito influenciada pelo Rotten: com certa frequência, ele me ajuda a tomar decisões sobre o que assistir com base nessas recepções.

Porém, é importante lembrar de duas coisas: 1) crítica é crítica e não detém a verdade absoluta de nada; 2) gosto é algo bem pessoal. É legal usar o site como uma referência, mas também confiar em sua própria preferência e julgamento ao escolher o que assistir, né? 

Por isso, o que eu trago a seguir é mais uma lista que pode servir como um guia pra você decidir qual a próxima série a maratonar, com base no percentual que existe considerando a data da publicação deste post.


Fleabag



Não vou negar que fiquei surpresa de saber que Fleabag tem 100% de aprovação no Rotten Tomatoes. Não porque não seja boa, na minha opinião, mas porque eu acho justamente que ela divide opiniões.

A série estreou em 2016 e virou sucesso instantâneo por sua escrita afiada, atuação e abordagem inovadora de contar a história de uma mulher não nomeada, referida como "Fleabag" (interpretada por Phoebe Waller-Bridge, que também é a roteirista), cuja expressão podemos traduzir como uma pessoa "desagradável e suja" (no sentido imoral da coisa). 

Narradora não confiável, Fleabag é uma jovem londrina que enfrenta uma série de desafios em sua vida pessoal e profissional. Frequentemente se envolve com o público, compartilhando seus pensamentos e sentimentos de uma maneira que quebra a quarta parede, criando uma conexão íntima com a plateia - e talvez essa seja a característica mais marcante da narrativa.


04 fevereiro 2023

A masculinidade tóxica retratada no lindo e sensível "CLOSE"

postado por Manu Negri


Nas ruínas de uma casa abandonada, Léo e Rémi, de 13 anos, brincam como dois garotos comuns. Imaginam que são soldados enfrentando o exército inimigo, se escondendo atrás de escombros. "Você ouviu isso? O som de passos e de armaduras?". Animados, combinam de avançar e correr, sem sequer sonharem que, em breve, um inimigo não tão invisível estaria chegando, trazendo com ele as mesmas escolhas: enfrentar ou se esconder. 

Close, segundo longa do diretor e roteirista Lukas Dhont, foi vencedor do Grand Prix do Festival de Cannes de 2022 e é o representante da Bélgica no Oscar 2023 para Melhor Filme Estrangeiro. A segunda informação já dizia muito pra mim. Quando vi o trailer, há uns bons meses, senti que essa história ia me quebrar. Mas não esperava que seria em tantos, tantos pedacinhos (que estou juntando até hoje).

Close usa seu primeiro ato para desenhar a relação entre os garotos e o universo ao qual pertencem. Eles são melhores amigos e cúmplices: extremamente afetuosos, torcem um pro outro, estudam juntos, fazem tudo juntos - de comer à mesma mesa a dormir na mesma cama - e frequentam a rotina de ambas as famílias como se fossem uma só (que, também, os recebem com essa mesma percepção).

Em suma, Leo e Rémi vivem em um ambiente confortável, seguro, acolhedor e de muito amor, refletido em planos extremamente fechados que são a tradução do próprio título do filme, posicionando os dois em tela quase como uma única pessoa. As coisas começam a mudar quando inicia-se o ano letivo da nova escola, onde os meninos terão que enfrentar outra realidade.


02 dezembro 2021

9 motivos para assistir ARCANE, a maior estreia da história da Netflix

postado por Manu Negri

Sabe o conceito de "chegar chegando"? Foi o que Arcane fez ao entrar no catálogo da Netflix em novembro e, no mesmo dia, desbancar nomes como Round 6 como série mais assistida, tomando o lugar do TOP 1 em 38 países. Foi assim que, quase instantaneamente, se tornou a maior estreia da plataforma (na data de publicação deste texto), colecionando milhões de plays.

Essa explosão de sucesso começou pelo fato de que Arcane é baseado no universo do game League of Legends, distribuído de forma online e gratuita. Nessa, imagine quantos jogadores e fãs existem ao redor do mundo. E, desde seu lançamento, em 2009, o game só vem se expandindo, ganhando competições globais em transmissão televisiva e até apresentações musicais. Negócio de outro mundo.

Eu, que só tinha ouvido falar do game (e nem vou jogar, porque definitivamente não é minha praia), não botei muita fé a princípio. Além disso, confesso que fiquei com preguiça por ser série de animação. Acho que, inconscientemente dentro do meu preconceito, encarei a obra como uma provável experiência entediante. Shame on me, eu sei; logo eu, que digo pra não julgar uma obra pela "capa", né? Mas, para o meu prazer, graças a certas insistências de certas arrobas, eu dei o play no primeiro episódio e, após seus 45 minutos, já estava totalmente entregue

Arcane é ambientada na subterrânea e esquecida Subferia e na próspera região de Piltover, que vivem numa guerra civil. A história gira em torno de duas irmãs, Vi e Powder, que precisam sobreviver em meio à pobreza da periferia sombria enquanto a "Cidade do Progresso" avança em descobertas científicas capazes de mudar o futuro da região.

Mas algo trágico acontece, que irá separar as irmãs por longos anos e trazer consequências duras para os povos do lado alto e da cidade baixa.


Além do sucesso de audiência na Netflix, Arcane conquistou nota acima de 9 no IMDB e este feito aqui:


Sim, eu confio na crítica cinematográfica e na compilação do Rotten Tomatoes, rs. QUEM NÃO?

E se isso tudo aí ainda não ajudou você a começar Arcane, vamos a outros 9 motivos pra assistir?


10 novembro 2021

7 Documentários De True Crime Em Streaming Pra Você Assistir

postado por Manu Negri

Documentários true crime

Sinta-se à vontade sem se sentir constrangido por gostar de true crime, meu camarada detetive de sofá. Aqui, somos iguais.

Quando escrevi o texto 4 documentários de crimes que deixam qualquer pessoa puta da vida, há uns três anos, a Netflix ainda monopolizava o streaming no Brasil. Mas, hoje, com tantas opções mais de assinatura (e de parasitar assinaturas dos amigos), chegou a hora de dar uma atualizada por aqui.

Se existe um gênero do cinema que eu amo, é documentário. E, se for documentário de true crime, pode me dar o controle remoto e o balde de pipoca que o dia vai ser de festa. Não sei exatamente o que me causa mais fascínio, se é o mistério em si, como se dá a investigação policial, o debate sobre mentes criminosas ou a obsessão em dar um rosto ao suspeito da história. Só sei que o tema tem ficado cada vez mais popular, especialmente em podcasts (visto que me tornei uma ouvinte aplicada, coisa que nunca me imaginei sendo), e é muito legal encontrar tanta gente que curte a mesma vibe.

Nestes últimos tempos andei consumindo muita coisa boa dentro do true crime e, pensando nessa comunidade que ama compartilhar novas descobertas no meio, vim indicar 7 documentários massa de true crime exclusivamente em streamings pra você colocar na sua lista:   


04 janeiro 2020

RETRATO DE UMA JOVEM EM CHAMAS é pura poesia visual

postado por Manu Negri


(pode seguir sem medo, não tem spoilers!)

Antes de qualquer coisa, um feliz 2020 pra quem vive a vida no modo episódico e aproveita as viradas de ano para retomar projetos, tirar desejos do papel, investir nas verduras, perder barriga, ver mais filmes. Como eu.

A quem possa interessar, em 2019 entreguei este blog às moscas sem data pra retorno por uma série de motivos envolvendo tempo apertado e muito trabalho pra fazer (ainda não o conhece? Clica aqui, rapaz!). A princípio, diante desse caminho, minha ansiedade e frustração atingiram seu pico, mas nada pude fazer a não ser reconhecer as minhas prioridades. Agora, neste novo ano, depois de organizar melhor meus horários, pretendo voltar a escrever mais aqui, ainda que mais esporadicamente. E o motivo que me fez despertar esse defunto, assunto do texto de reestreia, foi Retrato de uma jovem em chamas.

É com pesar que digo que, desta vez, não farei uma lista dos melhores filmes assistidos em 2019 porque foi o ano em que menos investi no cinema em muito tempo. Mas Retrato é um dos poucos que assisti na vida e que considero simplesmente perfeito.


14 setembro 2019

IT, CAPÍTULO 2: livro vs. filme e por que achei este último meio cu

postado por Manu Negri


O QUE NINGUÉM QUER SABER


Salve, salve!

(eu nunca falo isso na vida real)

Fiquei sem saber como começar um novo post depois de quase 6 meses sem escrever nada. Outras prioridades envolvendo meu trabalho como ilustradora e artesã (olha meu Instagram na coluna da direita) tomaram meu tempo e infelizmente joguei o blog pra escanteio. Mas sempre com o coração apertado, esperando por um momento “propício” pra voltar a palpitar e, talvez, manter alguma frequência de publicação.

Muitas oportunidades passaram. Talvez virem post em breve, mas, quando IT – capítulo 2 estreou, eu sabia que era hora de tirar algumas horinhas sei lá de onde pra atualizar esse cafofo. Afinal, eu já havia escrito que A Coisa é meu livro favorito de todos os tempos e que a primeira sequência do filme era uma adaptação decente. Faltava este texto pra fechar o ciclo.


IT, CAPÍTULO 2 SEM SPOILERS!


Lançado em 2017, o primeiro filme é considerado o filme de terror mais bem sucedido da história. Eu particularmente fiquei surpresa com o feito, porque acho que vivi mais na bolha do hype de quem leu o livro e menos no hype do blockbuster de horror.

Neste intervalo de 2 anos, foi natural que a empolgação tenha baixado um pouco mesmo com a divulgação do elenco adulto. Já perto da estreia, o comichão voltou a se intensificar com as primeiras críticas – todas positivas e um percentual alto de aprovação no Rotten Tomatoes. O primeiro baldinho de água fria veio às vésperas da estreia, quando, de repente, várias pessoas saíram da caverna justamente pra tacar tomate no filme.

Infelizmente, me juntei a elas horas depois.


28 março 2019

Explicando "NÓS": o que tem por trás do filme

postado por Manu Negri



A carreira de Jordan Peele era conhecida por trabalhos voltados pra comédia até o lançamento do seu longa de terror Corra!, em 2017, que abalou as estruturas do mundo cinéfilo com uma história original com pegada no racismo estrutural e um suspense bem construído. O sujeito, no ano seguinte, estava dando as caras em Hollywood apresentando um projeto meio que oposto ao que constava em seu currículo, concorrendo ao Oscar como Melhor Diretor e tendo Corra! candidato a Melhor Filme e Melhor Roteiro Original. Levou o homenzinho nu dourado por este último.   


Apesar dos 98% de aprovação no Rotten Tomatoes e do hype na ocasião do lançamento, minhas expectativas não foram atingidas (você pode conferir meu texto a respeito no link do parágrafo anterior). É um bom filme, merece todos os méritos e tal, mas nhé. Agora, eu remo contra a maré novamente (não que eu goste) com o novo de terror do Peele, Nós: fui fisgada pelo trailer intrigante e o considero um filme muito melhor do que Corra! – ao contrário de grande parte dos seus fãs. 


A história segue Adelaide, que, quando criança, sofreu um trauma enquanto comemorava o aniversário em um parque de diversões. Adulta e com família formada por marido e dois filhos, ela e a trupe viajam de férias para a mesma região que marcou negativamente sua infância. Mas antes fossem as más lembranças a estragarem o passeio; na noite primeira noite juntos, eles são aterrorizados por estranhas figuras que aparecem em frente à casa, revelando serem seus doppelgänger.

Doppelgänger, segundo as lendas germânicas de onde provém, é um ser fantástico que tem o dom de representar uma cópia idêntica de alguém. Hipoteticamente, pode ser que cada pessoa tenha o seu próprio doppelgänger (também conhecido como "duplo-eu").


01 janeiro 2019

Os melhores filmes assistidos em 2018

postado por Manu Negri


Chegou o primeiro post de 2019!

Seguindo a decepção e frustração anual de nunca conseguir passar de 100 filmes assistidos em 365 dias, é hora, amiguinhos e amiguinhas, de apresentar a lista que ninguém pediu dos 15 melhores longas apreciados por moi em 2018.

Passei uns bons minutos enquanto tomava meu Toddynho pré-sono (seria o vício retornando?) encaixando minha seleção no ranking, porque não foi uma tarefa muito fácil. Então pensem que é como os filmes a seguir estivessem todos espremidos no meu Top 10 do ano e eu só tive que abrir mais espaço.



15. VIVA: A VIDA É UMA FESTA (Coco), de Lee Unkrich, 2017 | Trailer

Fazia tempo que uma animação da parceria Disney + Pixar não me emocionava tanto, apesar de eu guardar Divertidamente com muito carinho no coração.

Ganhador do Oscar de Melhor Filme de Animação de 2018 e muitíssimo injustamente de Melhor Canção Original, ele conta a história de Miguel, um jovem aspirante a músico que embarca em uma extraordinária viagem à terra mágica de seus ancestrais. Lá, Heitor, um encantador malandro, torna-se um inesperado amigo que ajuda Miguel a descobrir os mistérios por trás das histórias e tradições de sua família.

Viva: a vida é uma festa é uma linda explosão de cores, numa construção muito charmosa do que seria o mundo dos mortos (bem mais animado e feliz que o nosso, já que ninguém precisa mais pagar boletos), com personagens cativantes, lições para levar pra vida e um desfecho que me deixou literalmente jogada no sofá, soluçando.


04 novembro 2018

A MALDIÇÃO DA RESIDÊNCIA HILL e os fantasmas que nos assombram

postado por Manu Negri


OBRIGADA, UNIVERSO, POR ESSES NOVOS FILMES E SÉRIES DE TERROR DECENTES


Obrigada, também, à Netflix, que acertou na produção de A maldição da residência Hill, nova série de terror que entrou no catálogo da plataforma em outubro e já tem feito uma galerinha se apaixonar. E, pasmem alguns, chorar – apesar da categorização já estar feita, a história é nos moldes daquele terror a la O orfanato do jeitinho que eu gosto, carregado de drama. Acho até que tem mais drama.

O diretor, Mike Flanagan, já fez seu nome no gênero terror assinando filmes como O espelho, Ouija: a origem do mal, Hush – a morte ouve, Jogo perigoso (esses últimos, na Netflix) e o ainda em pré-produção Doutor Sono, continuação de O iluminado. Embora eu tenha gostado de Hush e Jogo perigoso, com ressalvas, é nessa série que ele conquistou meu coração. Os dez episódios de A maldição da residência Hill contam a história da família Crain, que se muda para a tal residência Hill, conhecida como a casa mais mal-assombrada do país, a fim de venderem a casa depois de uma reforma por um preço bem mais alto e enfim poderem construir a "Casa Para Sempre" que a matriarca, arquiteta, projetou.


08 julho 2018

4 documentários de crimes que vão te deixar puto da vida

postado por Manu Negri


Antes de começarmos, um aviso do bem: todos esses documentário estão na Netflix. AEAEAEAE!


A plataforma pode até estar deixando a desejar com seus filmes originais, mas no quesito Documentários a gente pode nadar de braçada que o catálogo tá cheio de coisa boa. Eu amo o gênero, especialmente obras que tratam de crimes, processos legais, ~mistérios e por aí vai. E, entre essas histórias incríveis de crimes, depois de contabilizar um punhado na minha listinha de assistidos, achei bem curioso que várias delas de fato são de deixar o espectador puto da vida ao mostrar erros grotescos, conspirações do sistema penal e julgamentos midiáticos que acabam prejudicando a vida de inocentes ou inocentando criminosos. Já falei de alguns deles no blog, como os casos retratados em Making a murderer e Os três de West Memphis (também pretendo escrever sobre O.J Simpson em breve), e agora trago novos quatro documentários na mesma vibe:


23 junho 2018

HEREDITÁRIO: 0% jumpscares, 99% perturbador, 1% vagabundo

postado por Manu Negri


Comentários sem spoilers


Eu quero começar este texto mais uma vez enaltecendo o estúdio A24, responsável por distribuir os excelentes Moonlight, Lady Bird, A ghost story, Ex-Machina, Projeto Flórida e O lagosta, entre outros, também conhecido por dar liberdade criativa aos autores de seus projetos. Ultimamente, este nome tem ficado forte por lançar alguns filmes de terror que fogem das produções de sustos baratos, como Ao cair da noite e A bruxa. Hereditário é mais um, graças aos deuses, que chegou para engrossar o grupo.

Esses "novos filmes de terror", como eu os encaixava até pouco tempo, na verdade não estão inventando a roda, e sim trazendo-a de volta para o cinema. É um retorno ao horror clássico muito feito há várias décadas, como O exorcista e O bebê de Rosemary, afirmando que a sétima arte vive momentos cíclicos. Não à toa, Hereditário vem sendo descrito, desde sua aparição no Festival de Sundance, como o "novo O Exorcista"; não em termos de trama, mas em termos de narrativa, com a faca, o queijo e a goiabada na mão pra se tornar um novo clássico do gênero neste século.

A história do filme não é originalzona. Mas a forma como ela é contada é a grande sacada. Acho que Hereditário é um bom exemplo de como a experiência do espectador ao longo da projeção é tão ou mais importante que a conclusão dela. Desde o início existe o prenúncio de uma tragédia, como uma semente plantada na nossa viagem sensorial que cresce e floresce a cada cena e detalhes nem um pouco apresentados ao acaso, nos provocando a montar um quebra-cabeças.


22 maio 2018

BONECO DE NEVE, de Jo Nesbø: livro + filme

postado por Manu Negri

Sim, eu mesma fiz essa belíssima montagem, obrigada
Pelo que andei lendo, Boneco de Neve é um dos vários livros do norueguês Jo Nesbø cujo protagonista é Harry Hole, um investigador policial fodão, porém fodido no amor, no tato social e na sobriedade. Considerado pelo The Guardian seu livro mais ambicioso, Boneco de Neve também é conhecido como a obra mais arrepiante do escritor por outros veículos e leitores. Na história, Harry vira o cabeça de uma investigação que está atrás de um serial killer denominado Boneco de Neve, que mata mulheres quando cai a primeira neve em Oslo, deixando um presentinho montado no local do crime, que é isso mesmo que você está pensando.


17 maio 2018

2 séries policiais bacanudas da Netflix pra conhecer

postado por Manu Negri


Eu amo, amo a temática policial e, depois de já ter recomendado três séries do tipo aqui, hoje vou dar a dica de duas séries que estão na Netflix. E já vou avisando: não são a piiiiiica das galáxias não, mas entretêm bem e me fizeram maratonar em dois dias.

A primeira delas na verdade é uma minissérie e se chama La mante, do original em francês, ou, aqui, A Louva-a-Deus. Em apenas 6 episódios, a história se passa décadas após a captura de uma serial killer conhecida como A louva-a-Deus, que oferece ajuda para solucionar uma sequência de assassinatos inspirados em seu modus operandi. Porém, com uma condição: trabalhar junto do filho policial responsável pelo caso, que ela "abandonou" quando foi presa.

Tirando o fato de que 90% do elenco é desprovido de carisma, principalmente o filho da senhora trevosa, a minissérie costura bem as pistas – mesmo que muitas delas sejam falsianes – em direção ao imitador dos crimes, de modo a sempre ter bons ganchos que levam o espectador a nunca querer fazer uma pausa entre os episódios. De acordo com Serial killer - Louco ou Cruel?, livro da Ilana Casoy que estou lendo no momento junto de um romance policial, assassinas em série são bem mais incomuns do que assassinos, além de terem motivações diferentes para matar, e por isso achei interessante a abordagem de uma criminosa do tipo nesta história. Ao longo da trama, descobrimos as razões que fizeram a Louva-a-Deus ser quem é, extremamente ligadas à misoginia; o impacto disso no filho e em como ele precisa lidar com isso ao ver-se obrigado a conviver com alguém que despreza; e como a questão da maternidade segue a narrativa da minissérie, culminando num desfecho que, pra mim, foi bem satisfatório e não requer nenhuma possível continuação.


09 abril 2018

UM LUGAR SILENCIOSO não me deixou em paz

postado por Manu Negri


Um lugar silencioso é o mais novo filme da princesa Emily Blunt, dirigido pelo seu marido John Krasinski (o Jim de The Office), enquadrado nessa nova e maravilhosa onda dos filmes de horror, para o qual eu não estava dando nada mesmo depois dos trailers, até as pessoas começarem a falar bem, porque eu sou Maria-vai-com-as-outras, e é isto.

A sinopse, sobre uma família que vive numa casa de campo em absoluto silêncio, se comunicando através de sinais, na tentativa de sobreviver à uma ameaça desconhecida atraída por sons, me lembrou a trama de Caixa de pássaros. Só que, no caso dela, a ameaça é algo que a pessoa VÊ e a mata em seguida. O livro é uma merda, o filme será lançado num futuro próximo na Netflix com a Sandra Bullock protagonizando, mas, se a produção conseguir fazer com que a adaptação seja ótima como é Um lugar silencioso, eu serei obrigada a gongar Caixa de pássaros só pela metade.

Um lugar silencioso é mais uma prova de que eu não sobreviveria muito tempo em ambientes pós-apocalípticos (no caso, eu morreria antes de ser pós). Para garantir o oxigênio de cada dia, é preciso andar nas pontas dos pés, em areias macias, ter movimentos delicados e vagarosos, sussurrar e, de preferência, se comunicar por sinais. Não pode cantar ópera, não pode assoviar, não pode peidar alto. Do contrário, criaturas extremamente nojentas numa versão upgrade do Demogorgon vêm rapidinho arrancar seus membros numa patada. Aliás, o visual delas é bem perturbador, principalmente quando mostram a cavidade auricular responsável pela sua audição superpotente. Denotam toda a aura de perigo e morte que a produção, provavelmente, ansiava.


02 março 2018

Apostas para o Oscar 2018

postado por Manu Negri


Senhoras e senhores, o Oscar já está batendo nas nossas portas: domingo, dia 04 de março, é dia de vigília no Twitter pra comentar os vestidos das celebridades e as justiças e injustiças da cerimônia.

E, como de praxe, eu por pouco não fui uma completa incompetente em assistir a pelo menos os filmes das categorias principais. Dessa vez, no entanto, não foi nenhuma negligência e falta de planejamento, mas falta de tempo mesmo. Mudanças significativas na minha vida, projetos novos, momento de organizar tudo, privação de sono, vontade de deixar tudo de lado por três dias e ficar jogando videogame etc.

Para este ano, estou positivamente surpresa! Entre os indicados a Melhor Filme, por exemplo, são vários filmes incríveis e que me pegaram de jeito (ui). As atuações estão soberbas, tanto femininas quanto masculinas. Ou seja, só motivos pra gente brindar com uma Cereser e fazer esse post gostosinho de apostas, que nada mais é do que uma desculpa pra falar de Oscar e filmes de novo, já que pra prever os ganhadores é só acompanhar o BAFTA, SAG Awards, DGA e afins, basicamente (taí a dica pra vocês fazerem seus bolões e ganharem as promoções de cinemas de onde cês moram).


MELHOR ATRIZ 


Concorrem:
Sally Hawkins - A Forma da Água
Frances McDormand - Três Anúncios Para Um Crime
Margot Robbie - Eu, Tonya
Saoirse Ronan - Lady Bird - A Hora de Voar
Meryl Streep - The Post - A Guerra Secreta

Para quem torço: Frances McDormand
Quem vai ganhar: Frances McDormand


10 janeiro 2018

O PROJETO FLÓRIDA vai partir seu coração

postado por Manu Negri


O complexo Walt Disney World está localizado na cidade de Lake Buena Vista, Flórida, Estados Unidos, próximo às cidades de Orlando e Kissimmee. Neste que é um destino desejado por gente do mundo inteiro, sob o slogan "onde os sonhos se tornam realidade", adultos e principalmente crianças podem aproveitar o melhor de sua infância.

No entanto, não muito longe de lá e à margem de qualquer possibilidade de uma vida abastada e mágica, existe um complexo de hotéis baratos onde moram Moonee (vivida pela SENSACIONAL Brooklynn Prince), uma menininha de seis anos, e sua jovem mãe solteira, Halley. Através de muita câmera de mão e uma pegada meio documental e intimista, você está prestes a embarcar no dia a dia das duas para viver seus dramas e momentos de total ternura.

Estava esperando escrever brevemente sobre esse filme no meu futuro post de apostas do Oscar 2018, mas, infeliz e injustamente, Projeto Flórida não deve concorrer a Melhor Filme. Mas, se eu o tivesse assistido ainda em 2017, com certeza estaria no TOP 3 do meu ano

Sean Baker, responsável pelo lindo Tangerina (todo filmado com celular), não só roteirizou e dirigiu Projeto Flórida, como também fez a montagem. Aqui, ele foi inteligente em apresentar a primeira meia hora do longa quase exclusivamente com cenas protagonizadas por Moonee e seus amiguinhos da vizinhança brincando nos arredores, destruindo coisas e falando muitos palavrões, numa conduta que estranharia qualquer pai e mãe que leva sua cria pra tomar banho de sol no calçadão do Leblon. A princípio, o espectador pode até se questionar aonde o filme está querendo nos levar. É aí que, à medida que ele avança e conhecemos mais a realidade em que estão inseridos, passamos a nos importar consideravelmente com suas vidas. Meu apreço por Projeto Flórida foi uma crescente assustadora.  


03 janeiro 2018

Os (meus) melhores filmes de 2017

postado por Manu Negri


Não, eu não consegui passar de 100 filmes assistidos em 2016 e estou atribuindo isso e todo o mau aproveitamento do meu tempo livre ao videogame.

Apesar disso, foi razoavelmente difícil eleger meus filmes favoritos do ano (independente da data de lançamento). Foi muita coisa boa. Ao mesmo tempo, sinto que serei apedrejada por alguns por causa do ranking. Bom, mas se nem Jesus agradou a todos, imagina eu, que nem me esforço mais.

(peço apenas que deixemos de lado a minha pequena trapaça, porque terminei de ver os filmes que queria no dia primeiro de janeiro. Mas foi só um diazinho a mais. O que importa é que eu tinha me programado pra assistir até dia 31 – o famoso "o que vale é a intenção" e autodenúncia desnecessária)



15. OKJA, de Bong Joon-ho, 2017 | Trailer

Do diretor de Expresso do amanhã e de dois filmes que quero muito ver e ninguém está interessado em saber mas vou dizer mesmo assim - O hospedeiro e Memórias de um assassino -, Okja acompanha a história de amizade entre Mija (rs) e Okja, um superporco gigantesco meio que criado artificialmente (não lembro porque faz tempo que assisti, Brasil), otimizado pra servir de alimento, revolucionando a pecuária global. Uma empresa multinacional quer produzir 'Ojkas' em série pra ganhar muita grana, mas o problema com esse bicho em especial é que Mija vai fazer de tudo pra que sua BFF continuar viva, do seu lado.

Produção original Netflix com Crítica Social Foda® - conscientização sobre consumo de animais, industrialização em massa, capitalismo desenfreado -, um elenco importante (Tilda Swinton, Paul Dano e Jake Gyllenhaal estão nele, mas a garotinha que faz Mija rouba a cena muitas vezes) e um uso de CGI bem bacana!

Curiosidade: uma amiga bem próxima parou de comer carne depois de assistir ao filme. Não é lenda urbana, essas pessoas existem.


14 dezembro 2017

Star Wars - Os últimos Jedi

postado por Manu Negri


Não sei vocês, mas só por esse nenê segurando esse sabre de luz eu já daria 5 estrelas pro filme (inclusive muito feliz que ela vai estampar o thumbnail preto e branco do post ali em cima).

Ah, fique tranquilo: não há spoilers por aqui.

Eu sou uma pessoa altamente influenciável pelo hype. Não é à toa que rodei a última Comic Con inteira atrás de um boné de Stranger Things pra depois, já no avião de volta pra casa, refletir: NAONDE CARALHAS você ia usar um boné de Stranger Things de R$ 80, Manuela? No trabalho? Na corridinha de rua que você dá a cada 4 meses? Quando tem que sair de casa no domingo e quer esconder o cabelo sujo? Francamente.

Pois então, o hype. Star Wars é uma das coisas mais hypáveis do planeta, portanto, quando os cinemas liberaram suas salas pra pré-estreia do episódio VIII, eu saquei minha carteira na velocidade da luz pra comprar o ingresso. Pouco importava que a sessão era à meia noite, que eu teria que acordar às 7h no dia seguinte pra trabalhar e que o filme duraria mais de duas horas e meia. Certeza que ficaria 100% do tempo vibrando na poltrona e mastigando pipoca.

Eu quase tive razão. Na cena de abertura, como de praxe, estava alertíssima de entusiasmo. Mas, antes da metade da projeção, eu já dava cochiladas homéricas de 3 segundos com intervalos de 10, em uma prova de que a idade chega para todos, inclusive a humilhação de tentar manter um olho aberto e outro fechado numa sessão de cinema.


03 dezembro 2017

DARK: muito, muito mais que uma "nova Stranger Things"

postado por Manu Negri


Olha essa Netflix fabricando séries em série (tum dum tss)!

(calma, pequeno infante! Quando houver spoilers, eu aviso)

Dark - uma produção totalmente alemã - é a mais nova aquisição da fofa que estreou no dia primeiro, já sendo comparada em muitos meios com Stranger things. Mas já adianto: tirando adolescentes andando de bicicleta com lanternas, um clima sobrenatural e desaparecimentos, a série não tem nada a ver com a outra.

A sinopse parece algo formulaico. Em 2019, a pequena cidade de Winden está em busca de um adolescente desaparecido. Poucas semanas depois, outra criança some sem deixar vestígios, próxima a uma caverna nos arredores de uma usina nuclear. Enquanto isso, os habitantes locais estão alertas, mais especificamente as quatro famílias protagonistas que, episódio por episódio, revelarão alguns de seus segredos ao público enquanto tentam desvendar o mistério.

Como o nome sugere, Dark mantém uma atmosfera sombria constante e possui um roteiro muito mais complexo do que parece. Fica difícil falar sem soltar nem um spoilerzinho, mas se você está lendo este texto sem ter tido nenhum contato com a série, mas quer saber se vale a pena dar uma conferida, aqui vai: vale, sim! O ritmo é, digamos, comum de produções europeias, mas à medida que você avança na história, novas e muitas informações são apresentadas, fazendo com que você perca momentos valiosos se ousar PISCAR. Igual novato em Game of Thrones: depois de 10 episódios, ainda não sabe quem é quem e o que as pessoas estão fazendo em cena.


26 novembro 2017

Alias Grace: culpada ou inocente?

postado por Manu Negri


Netflix, essa grande recalcada.

Provavelmente enquanto chorava por horas na cama, que é lugar quente, o serviço de streaming mais querido do Brasil sofreu o arrependimento de ter recusado colocar The handmaid's tale em seu catálogo. Afinal, deve doer o coração ver a concorrência levar uns Emmys pra casa, né, mores? E aí que Margaret Atwood, autora do livro no qual a série se baseou, também tem uma outra obra que virou minissérie recentemente pela emissora canadense CBC, Alias Grace, chamando a atenção da Netflix - que rapidinho tratou de tê-la entre as novas aquisições.


Alias Grace não repetiu o sucesso de sua irmã, mas não por falta de qualidade, e sim porque provavelmente está sendo subestimada quando as pessoas acessam a home de suas contas. Dividida em apenas 6, porém sólidos episódios, a minissérie conta a história real de Grace Marks: uma jovem irlandesa de classe média-baixa que decide tentar a vida no Canadá. Contratada para trabalhar como empregada doméstica na casa de Thomas Kinnear, ela é condenada à prisão perpétua pela participação no assassinato brutal do seu patrão e da governanta da casa, Nancy Montgomery, em 1843. Passados 16 anos desde o encarceramento e internação da imigrante em um manicômio, o psiquiatra Simon Jordan, contratado por um grupo de pessoas que anseiam pelo perdão à Grace, fará de tudo em sessões de terapia para que ela recupere suas memórias, revelando se houve de fato culpa sua nos crimes. Teria Grace sido justamente incriminada ou foi coagida por James McDermott, o cocheiro rabugento da propriedade, quem verdadeiramente teria sujado as mãos de sangue?

Vou mandar a minha real: pra mim, essa resposta é o que menos importa; o mais interessante de Alias Grace é a perspectiva de uma sociedade extremamente patriarcal, burguesa e machista. A minissérie trabalha personagens femininas vivendo seus papéis de gênero dentro desse universo, e é quando pensamos em crítica feminista que ela se assemelha a The handmaid´s tale.