O Rotten Tomatoes é um site que agrega críticas de filmes e séries, fundado em 1998 e, desde então, se tornou uma das principais fontes de informações sobre a recepção crítica de obras para o cinema e para a TV.
Ele usa vários materiais pra fazer essa compilação, como textos de críticos profissionais, sites especializados, revistas e jornais, categorizando os lançamentos como "Fresh" (fresco) ou "Rotten" (estragado). Se uma porcentagem significativa de críticos der uma avaliação positiva a um filme ou série, ele é rotulado como "Fresh" e recebe um tomate fresco. Se a maioria dos críticos der uma avaliação negativa, ele é rotulado como "Rotten" e recebe um tomate estragado. Então, se algo tem 100% de aprovação, a coisa provavelmente é muito boa. Se tem 50%, bom... talvez nem tanto.
Além disso, o Rotten Tomatoes oferece pontuações médias baseadas na recepção do público, que também pode avaliar as obras no site.
Confesso que eu mesma sou muito influenciada pelo Rotten: com certa frequência, ele me ajuda a tomar decisões sobre o que assistir com base nessas recepções.
Porém, é importante lembrar de duas coisas: 1) crítica é crítica e não detém a verdade absoluta de nada; 2) gosto é algo bem pessoal. É legal usar o site como uma referência, mas também confiar em sua própria preferência e julgamento ao escolher o que assistir, né?
Por isso, o que eu trago a seguir é mais uma lista que pode servir como um guia pra você decidir qual a próxima série a maratonar, com base no percentual que existe considerando a data da publicação deste post.
Fleabag
Não vou negar que fiquei surpresa de saber que Fleabag tem 100% de aprovação no Rotten Tomatoes. Não porque não seja boa, na minha opinião, mas porque eu acho justamente que ela divide opiniões.
A série estreou em 2016 e virou sucesso instantâneo por sua escrita afiada, atuação e abordagem inovadora de contar a história de uma mulher não nomeada, referida como "Fleabag" (interpretada por Phoebe Waller-Bridge, que também é a roteirista), cuja expressão podemos traduzir como uma pessoa "desagradável e suja" (no sentido imoral da coisa).
Narradora não confiável, Fleabag é uma jovem londrina que enfrenta uma série de desafios em sua vida pessoal e profissional. Frequentemente se envolve com o público, compartilhando seus pensamentos e sentimentos de uma maneira que quebra a quarta parede, criando uma conexão íntima com a plateia - e talvez essa seja a característica mais marcante da narrativa.
Fleabag lida com uma variedade de temas, incluindo relações familiares complicadas, luto, sexualidade, autoestima e a busca por conexão humana genuína. Ela é conhecida por seu humor sarcástico e, ao mesmo tempo, sua capacidade de mergulhar em questões emocionais profundas. A famosa série que você começa rindo e termina chorando, sabe?
Eu particularmente gostei muito; já a minha esposa, por exemplo, não conseguiu acompanhar. Tem uma cena específica em que a Fleabag está cuidando de sua cafeteria e diz que vai transar com o primeiro cara que entrar pela porta e, segundos depois, é o pai dela que surge. Enquanto eu dei um gostoso e retumbante brado, minha esposa se levantou do sofá muito I'M DONE.
Phoebe Waller-Bridge é amplamente elogiada pelo texto da série, que se baseia em uma peça de teatro de mesmo nome que ela escreveu e estrelou anteriormente. Sua atuação também rendeu vários prêmios, incluindo Emmys. E tem a Olivia Colman no elenco, porra.
Onde assistir: Prime Video
Temporadas: duas, finalizadas
ARCANE
Jane the virgin
Jane the Virgin eu não cheguei a assistir, mas sei que é uma série americana que mistura comédia, drama e romance. Baseada em uma novela venezuelana chamada "Juana la Virgen", ela foi criada por Jennie Snyder Urman e foi ao ar de 2014 a 2019. Ou seja, 100% de aprovação considerando todas as cinco temporadas!
A trama de Jane the Virgin gira em torno de Jane Villanueva, interpretada por Gina Rodriguez, uma jovem latina que decide permanecer virgem até o casamento devido a uma promessa que fez a sua avó. No entanto, sua vida muda drasticamente quando ela é inseminada artificialmente acidentalmente durante um exame médico de rotina. O doador do esperma é o bonitão Rafael Solano, interpretado por Justin Baldoni, e Jane se vê grávida sem nunca ter visto um pirulito na vida.
A série é conhecida por seu estilo narrativo peculiar, que incorpora elementos de telenovela, com reviravoltas dramáticas, coincidências surpreendentes e personagens carismáticos. Além disso, Jane the Virgin lida com temas como família, amor, identidade cultural e escolhas de vida.
A atuação de Gina Rodriguez foi bastante elogiada, bem como a representação positiva de personagens latinos na televisão, conquistando um público fiel ao longo das temporadas.
Jane the Virgin foi um sucesso crítico e comercial e é considerada uma das séries mais queridas da década.
Onde assistir: Netflix
Temporadas: cinco, finalizadas
HACKS
A trama da série gira em torno de Deborah Vance, uma famosa comediante interpretada por Jean Smart, que está em uma fase avançada de sua carreira e tem residência de longa data em Las Vegas. Deborah é uma figura icônica da comédia, mas sua popularidade está começando a diminuir. Em uma tentativa de renovar sua imagem e atrair um público mais jovem, ela concorda em contratar Ava Daniels, uma jovem e talentosa escritora de comédia interpretada por Hannah Einbinder. A relação entre as duas começa de maneira conturbada, mas, ao longo da série, elas desenvolvem uma conexão única enquanto trabalham juntas para revitalizar a carreira de Deborah.
Hacks explora temas como o envelhecimento, as diferenças de geração, a comédia como forma de expressão artística e os desafios da indústria do entretenimento. Jean Smart recebeu muitos elogios por sua interpretação de Deborah Vance, e sua atuação rendeu vários prêmios. Hannah Einbinder também foi elogiada por seu papel como Ava Daniels.
A primeira temporada de Hacks foi indicadas a 15 Emmys no ano retrasado - e ganhou três.
Onde assistir: HBO Max
Temporadas: duas, renovada para a terceira
Borgen
Onde assistir: Netflix
Temporadas: quatro, finalizadas
OJ: Made in America
O.J.: Made in America é uma minissérie documental FANTÁSTICA que estreou em 2016. Dirigido por Ezra Edelman, ela é uma extensa exploração da vida e carreira de O.J. Simpson, uma ex-estrela do futebol americano e ator que se tornou notório devido ao seu julgamento por assassinato em 1995.
O documentário é dividido em cinco partes e totaliza mais de sete horas de duração. Ele não apenas examina o caso do assassinato de Nicole Brown Simpson e Ron Goldman, pelos quais O.J. Simpson foi julgado, mas também aborda questões mais amplas, como raça, celebridade, violência doméstica e o sistema de justiça criminal dos Estados Unidos.
O.J.: Made in America venceu vários prêmios importantes, incluindo o Oscar de Melhor Documentário em 2017, Emmy, BAFTA e o Critics' Choice Documentary Award. Inclusive, foi considerado um marco no gênero de documentários e é frequentemente citado como uma das produções documentais mais impactantes da década.
A sua abordagem abrangente e a profundidade na exploração dos temas tornaram O.J.: Made in America uma obra de destaque, incluindo tanto sua qualidade cinematográfica quanto sua relevância social e histórica.
O caso do O.J Simpson também é bem retratado na primeira temporada de American Crime Story, mas não há NADA que se equipare a essa minissérie. É uma das melhores coisas que assisti na vida.
Onde assistir: Star+
Temporadas: uma, finalizada
O Urso
O Urso baseou sua trama na história do renomado restaurante "The Original Beef of Chicagoland", em North River. Dizem que a produção recria o local com detalhes tão precisos que parece ter sido filmada no próprio restaurante. O personagem Carmy também é inspirado na história de Doug Sohn, que, em 2006, tornou o "Hot Doug's" mundialmente famoso ao introduzir salsichas e condimentos à base de foie gras (um aspecto mencionado na série, inclusive).
Mantendo uma abordagem livre de clichês e com um ritmo acelerado (é um olho no que acontece em tela e outro nas 20 legendas por segundo), tanto o criador Christopher Storer quanto a co-showrunner Joanna Calo, que eram frequentadores assíduos do restaurante da vida real, optaram por uma narrativa que não alivia nem na correria e nem nos dramas.
Onde assistir: Star+
Temporadas: duas, por enquanto
Alias Grace
Alias Grace é uma minissérie canadense baseada no romance homônimo de Margaret Atwood (a mesma autora de O conto da Aia), lançado em 1996. A série estreou em 2017, foi co-produzida pela CBC Television e pela Netflix e é tema do post mais lido deste humilde blog nos últimos anos.
A história - baseada em fatos, diga-se de passagem - gira em torno de Grace Marks, uma jovem irlandesa de classe média-baixa que decide tentar a vida no Canadá. Contratada para trabalhar como empregada doméstica na casa de Thomas Kinnear, Grace é condenada à prisão perpétua pela participação no assassinato brutal do seu patrão e da governanta da casa, Nancy Montgomery, em 1843.
No entanto, sua culpa é questionada, e esse é o pulo do gato da minissérie. Toda a história é narrada a partir da perspectiva de Grace, que relata sua vida e seus eventos anteriores e posteriores ao assassinato. Seria ela uma narradora confiável?
Alias Grace fala de temas complexos, como justiça, classe social e gênero, além de explorar a psiquê da protagonista e seu relacionamento com o Dr. Simon Jordan, um psiquiatra que a avalia em busca de insights sobre sua culpabilidade.
A atuação de Sarah Gadon no papel de Grace Marks é destaque aqui, assim como a direção de Mary Harron e o roteiro adaptado por Sarah Polley. A minissérie também recebeu aclamação da crítica por sua atmosfera sombria e de suspense ao longo de toda a narrativa.
Acho, aliás, que Alias Grace é injustamente pouco conhecida, na minha opinião, tendo em vista a qualidade da produção. Bora mudar esse cenário?
Onde assistir: Netflix
Temporadas: uma, finalizada
Heartstopper
NHONHONHO, uma série açucarada para adocicar vossos corações.
Heartstopper é uma adaptação dos quadrinhos de Alice Oseman, que conta a história de amor entre Charlie e Nick, dois jovens estudantes de uma escola em Londres que se apaixonam enquanto lidam com as complexidades de suas próprias identidades e sexualidades.
A série é uma produção da Netflix em parceria com a BBC Studios e a BBC America, roteirizada pela autora da HQ, e já tem duas temporadas disponíveis. A primeira tem oito episódios e mostra o início da relação entre os garotos, que precisam enfrentar vários desafios, como bullying, família, problemas na escola, tretas de amigos e suas jornadas de amadurecimento. Mas tudo de uma forma muito leve, tirando o conflito maior dos personagens em relação à autoaceitação para as adversidades de expressar seu verdadeiro eu para a sociedade.
Esse talvez seja um dos grandes méritos de Heartstopper: levar uma mensagem de esperança e felicidade para pessoas e casais LGBTQIA+, principalmente adolescentes, que estão em fase de descobertas, e ter uma representatividade positiva pode ser um suporte e tanto. Só quem viveu sabe (no caso eu não soube, porque na minha época não tinha disso). Além desse enredo que dá um quentinho no coração, a série tem uma trilha sonora bem pop e uma fotografia descolada que só reforçam a pegada jovial e leve.
A graphic novel ganhou vários prêmios, como o Eisner Award de Melhor Quadrinho em 2023, o Harvey Award de Melhor Quadrinho em 2023 e o British Comic Award de Melhor Quadrinho em 2023. E a Heartstopper da Netflix recebeu muitos elogios da crítica e do público, principalmente por essa representatividade.
E tem a Olivia Colman no elenco, porra [2].
Onde assistir: Netflix
Temporadas: duas, por enquanto
Inacreditável
Inacreditável conta uma história que, como o título diz, é realmente inacreditável.
A série é uma produção original da Netflix, lançada em 2019, baseada em eventos reais e inspirada no artigo de jornal "An Unbelievable Story of Rape", publicado pela revista ProPublica e pelo jornal The Marshall Project.
A trama aborda uma série de estupros que ocorrem em diferentes estados dos Estados Unidos, cuja história começa com o caso de uma jovem chamada Marie Adler, interpretada peça talentosa Kaitlyn Dever, que denuncia ser vítima de estupro, mas depois retira sua queixa devido à pressão da polícia e do sistema judicial.
Conforme a narrativa se desenrola, a detetive Grace Rasmussen, interpretada pela kinga Toni Collette, e a detetive Karen Duvall, papel de Merritt Wever, começam a investigar uma série de casos semelhantes em outro estado. Elas gradualmente conectam os pontos e percebem que podem estar lidando com um estuprador serial.
É preciso ter cuidado com eventuais gatilhos. A série trata de temas sensíveis, como a trajetória das vítimas no sistema de justiça criminal, o trauma do estupro e a importância de acreditar nas vítimas. Ela também explora a dedicação das detetives em busca da verdade e justiça.
Inacreditável foi elogiada por ter uma abordagem cuidadosa, mas realista, dos eventos reais que investigam questões sociais e psicológicas profundas. Nessa, recebeu vários prêmios e indicações, incluindo o Emmy, e é considerada uma das séries mais impactantes e importantes da Netflix.
Onde assistir: Netflix
Temporadas: uma, finalizada
Ruptura
Temporadas: uma, por enquanto