Quem ama filmes de terror sabe como é difícil hoje em dia encontrar um decente. Ótimo, então, é pra glorificar de pé. Às vezes é bom sairmos da zona de conforto da indústria hollywoodiana e procurarmos longas em outros cantos, que possivelmente vai sair coisa boa, como é o caso de dois filmes da Coreia do Sul que venho indicar hoje.
HUSH - A morte ouve
Vamos ignorar esse complemento podre "A morte ouve" do título brasileiro? Vamos. Hush é dirigido pelo jovem and promissor Mike Flanagan, que fez filmes como O espelho, O sono da morte (com o fofíssimo Jacob Tremblay, de O quarto de Jack) e já está na equipe de Ouija 2 - Origem do mal. Em Hush, conhecemos Maddie, uma escritora surda-muda que vive sozinha em uma casa no meio de um campo cheio de árvores sinistras e sem segurança alguma. Num belo dia, um doente sádico mascarado resolve aparecer por ali com um objetivo muito simples: matar Maddie. Assim, por diversão.
Já deu pra perceber que o lance aqui é a peculiaridade da protagonista, né? Ao contrário dos incontáveis filmes de terror em que temos a mocinha gostosa e burra tentando fugir de um assassino, Hush nos apresenta, graças a Deus, a uma personagem sagaz que tenta sobreviver a uma noite enquanto dribla sua condição de surda-muda. Mas, mesmo ela sendo sagaz, é bem provável que você passe o filme bancando o flanelinha de ações: ATRÁS DE VOCÊ!, NÃO VOLTA!, CUIDADO!, COOOOORRE DESGRAÇA, IIIIISSO GAROOOUTAR! Muita aflição, migues.
Hush tem nada mais, nada menos, que 100% de aprovação no Rotten Tomatoes (tudo bem que são apenas 13 críticas). E tá no catálogo da Netflix. Ou seja, marca aí na agenda pra assistir. :)
Medo
Medo foi, como dizem?, uma grata surpresa. Achei as atuações de todo mundo, sem exceção, ótimas. O ritmo é um pouco lento, intensificando a atmosfera de suspense e tensão, e, à medida em que a rotina da casa fica cada vez mais confusa ("QUE PORRA É ESSA?"), você entende que tem uma charada pra decifrar.
Eu vi o diabo
A história é: a noiva de um agente secreto é morta por um serial killer (vivido maravilhosamente por esse cara da foto que não sei falar o nome porque é em coreano e fica difícil decorar) (que também é protagonista de Old Boy). Cego pela fúria, ele começa a investigar os possíveis suspeitos do crime, até finalmente identificar o culpado. Mas, ao invés de matá-lo, resolve pôr em prática uma terrível e lenta vingança.
Terrível e lenta vingança. Ahhh, que delícia. Só que o assassino não é burrinho, e também vai fazer nosso mocinho sofrer um pouco, principalmente emocionalmente falando. A direção é um primor, a trilha e fotografia são ótimas e o final traz uma tristeza e melancolia muito coerentes com o desenvolvimento da vingança, mesmo dentro de um ritmo intenso de crueldade.
É difícil esquecer a cena do táxi depois.