Eike delícia ver filminho debaixo das cobertas, né, migos? E, dessa vez, dei a sorte de assistir a três muito bons. Se você curte drama e terror, se liga na fita:
O sol é para todos
Jean Louise Finch (Mary Badham) recorda que em 1932, quando tinha seis anos, Maycomb, no Alabama, já era um lugarejo velho. Nesta época Tom Robinson (Brock Peters), um jovem negro, foi acusado de estuprar Mayella Violet Ewell (Collin Wilcox Paxton), uma jovem branca. Seu pai, Atticus Finch (Gregory Peck), um advogado extremamente íntegro, concordou em defendê-lo e, apesar de boa parte da cidade ser contra sua posição, ele decidiu ir adiante e fazer de tudo para absolver o réu.
Falei um cadim sobre este filme no post de O sol é para todos, o livro fantástico que lhe deu origem, escrito por Harper Lee e ganhador do Pulitzer em 1961. A adaptação, como sempre acontece, suprimiu várias partes da história, mas nada que prejudicasse a mensagem principal de tolerância, esperança e respeito pelo próximo. Achei os personagens parecidíssimos com os do livro, conseguiram amarrar os principais acontecimentos numa linha cadente e criaram um desfecho lindo. Poderia muito bem ter sido listado no post 5 filmes em preto e branco pra quebrar o gelo, se eu tivesse assistido a tempo, porque acho difícil alguém não gostar de O sol é para todos. ♥
Pais e filhos
Ryota Nomomiya (Isao Natsuyagi), um grande homem de negócios, obcecado pelo dinheiro e pelo sucesso, um dia descobre que seu filho biológico foi trocado por outro após o nascimento. A partir daí ele deve tomar uma difícil decisão entre seu filho biológico ou o filho que ele criou.
Sim, o filme é japonês. Vamos dar uma chance ao cinema de outros países e nos surpreender? Vamos. Pais e filhos ganhou o Prêmio do Júri no Festival de Cannes de 2013 e tem tudo pra conquistar seu coração. Ryota, ricasso, pai de família, casado com a típica esposa submissa, tem um filhinho de 5 anos chamado Keita. Assim que descobrem que ele na verdade foi trocado pelo seu filho biológico ainda na maternidade, decidem conhecer a família que está criando o outro menino – de uma forma completamente diferente – e discutir se é uma boa desfazerem a troca (olha as ideia). Filme lindo, sensível e que levanta a bola se família de verdade é a de sangue. PS: se eu fosse a enfermeira do hospital não teria trocado os bebês, teria roubado o Keita porque ELE É FOFISISISISÍSSIMO.
Corrente do mal
Para a jovem Jay (Maika Monroe), de 19 anos, o outono deveria se concentrar na escola, nos meninos e nos fins de semana no lago. Mas, depois de um encontro sexual aparentemente inocente, ela se vê atormentada por estranhas visões e um sentimento constante de que alguém ou algo está seguindo-a. Confrontada com este fardo, Jay, com a ajuda de seus amigos, deve encontrar uma maneira de escapar dos horrores que parecem estar a poucos passos de distância.
Esse filme anda dando um pequeno babafá por aí, num anda não? Um filme de terror passando por festivais e sendo elogiado por críticos. Bom, quando babei ovo de Goodnight mommy, dois amigos vieram me xingar porque acharam o filme horrível; então, vou falar com muito cuidado e amor que gostei bastante de Corrente do mal, enfatizando alguns pontos: não é filme de terror que usa de artifícios batidos pra você tomar susto e pular do sofá. Se você procura por algo desse tipo, vai se decepcionar. Corrente do mal procura criar um ambiente tenso constante mostrando, ao contrário de outros do gênero, planos bem abertos para que a gente desconfie o tempo todo das pessoas que passam pela cena: "será que uma delas está indo na direção de Jay?" A trilha setentista, o design de produção atemporal e as metáforas fazem com que esse filme se diferencie bastante dos lançamentos recentes.