Além de terror e um drama desses bem puxados pra desgraça, adoro literatura policial. Livros da Agatha Christie e Sidney Sheldon, por exemplo, estão na minha lista de favoritos. Dentre autores atuais, não acompanho o trabalho de nenhum especificamente, apenas leio o que tá abalando as estruturas das livrarias em geral; mas resolvi que irei seguir a série de histórias de Robert Galbraith por dois motivos simples: 1) os personagens são muito cativantes e 2) na verdade, Galbraith é o pseudônimo de JK Rowling, autora da saga Harry Potter.
Bom, Harry Potter dispensa apresentações, né? Se você enche a boca pra dizer que não gosta ou acha coisa de criança sem ter lido, por favor, você não merece falar comigo e nem com meu anjo. Mas o negócio é que, para estrear na carreira de romances policiais, Rowling decidiu usar um pseudônimo para trabalhar sem expectativas e receber reações sem influência do sucesso alcançado. Aí uma amiga bem fia dazunha de um dos seus advogados soltou por aí o segredo, e pronto. É, ela garante que não foi nenhuma jogada de marketing e diz que escolheu Robert porque é um dos seus nomes masculinos preferidos, porque Robert F. Kennedy é o seu herói e porque não o tinha usado em nenhuma das personagens da série Harry Potter.
Bem disfarçada |
Para ajudá-lo com a rotina do minúsculo escritório, Strike contrata como secretária a simpática Robin (Batman e Robin, AHÃ-AHÃ-AHÃ), que passa boa parte das tramas tentando disfarçar seu real interesse por investigações policiais. Na verdade, mais do que atender ligações e preparar o chá das cinco, Robin acha que pode ter contribuições importantes para os andamentos dos casos.
Uma coisa que eu gosto muito na Rowling é a forma como ela desenvolve as personagens: sem pressa, deixando-as se mostrarem por meio das situações que vão acontecendo, contando como seu passado influencia em suas ações. Strike, por exemplo, além de obviamente perspicaz é rabugento, sério, ligeiramente mal humorado e, ainda assim, extremamente carismático. Robin não fica atrás, sendo uma mistura de, talvez, assim, meio longe, Luna Lovegood e Hermione.
No primeiro livro, acompanhamos a jornada de entrevistas e especulações que Strike faz para tentar entender o que aconteceu com Lula Landry, encontrada no chão em frente ao seu condomínio – depois de se jogar ou ser atirada do andar onde morava. Enquanto corremos junto para encaixar as pecinhas, somos introduzidos ao "submundo" das top models, do dinheiro, das celebridades e suas drogas.
Em O bicho-da-seda, a história se passa algum tempo depois do fim do caso Lula Landry. Strike, mais estabelecido na vida (tá, só um pouco), é contratado para solucionar o desaparecimento de um escritor chamado Owen Quine, conhecido por seu temperamento difícil. Tudo parece relativamente simples, quando o detetive descobre que o cara na verdade foi assassinado de maneira brutal e bizarra da mesma forma que o personagem principal de seu último livro. Eita, Giovana!
Em ambos os livros,
Houve alguns momentos Deus ex machina que me incomodaram, mas nada que tirasse os méritos dos enredos, que são divertidos, intrigantes e envolvem o leitor. Portanto, ficarei muito contente de poder ler o próximo da série, quando for lançado (sabe-se lá quando).
Primeira tentativa de rabiscar o Strike deixou-o mais bonito do que realmente é |